quinta-feira, 16 de junho de 2011

A CULTURA POPULAR TEM MUITO VALOR!!!!!!!!!

ÁLBUM FOLCLÓRICO DO PIAUÍ



COMPOSTO PELOS ALUNOS DA SALA DE RECURSOS ALTOS NO PIAUÍ

FOLCLORE E SUAS MANIFESTAÇÕES


Para se determinar se um fato é folclórico, segundo a UNESCO, ele deve apresentar as seguintes características: tradicionalidade, dinamicidade, funcionalidade e aceitação coletiva.


Tradicionalidade, a partir de sua transmissão geracional, entendida como uma continuidade, onde os fatos novos se inserem sem ruptura com o passado, e se constroem sobre esse passado.


Dinamicidade, ou seja, sua feição mutável, ainda que baseada na tradição.


Funcionalidade, existindo uma razão para o fato acontecer e não constituindo um dado isolado, e sim inserido em um contexto dinâmico e vivo.


Aceitação coletiva: deve ser uma prática generalizada, implicando uma identificação coletiva com o fato, mesmo que ele derive das elites. Esse critério não leva em conta o anonimato que muitas vezes caracteriza o fato folclórico e tem sido considerado um indicador de autenticidade, pois mesmo se houver autor, desde que o fato seja absorvido pela cultura popular, ainda deve ser considerado folclórico. Um exemplo disso é a literatura de cordel brasileira, geralmente com autoria definida, mas tida como elemento genuíno da cultura popular.


Pode-se acrescentar a esses o critério da espontaneidade, já que o fato folclórico não nasce de decretos governamentais nem dentro de laboratórios científicos; é antes uma criação surgida organicamente dentro do contexto maior da cultura de uma certa comunidade. Mesmo assim, em muitos locais já estão sendo feitos esforços por parte de grupos e instituições oficiais no sentido de se recriar inteiramente, nos dias de hoje, fatos folclóricos já desaparecidos, o que deve ser encarado com reserva, dado o perigo de falsificação do fato folclórico também deve ser regional, ou seja, localizado, típico de uma dada comunidade ou cultura, ainda que similares possam ser encontrados em países distantes, quando serão analisados como derivação ou variante


TÓPICOS DO ÁLBUM:


1-REMÉDIO CASEIRO


Remédio caseiro para sinusite


As inalações de vapor com economia duas a três vezes por dia, produzem um alívio em gripes e resfriados nasais.


Sinusites frontais: coloque 6 colheres de chá de flores numa taça, faça com 1 a 2 litros de água fervendo, coloque então o rosto sobre a taça e cubra a com uma toalha ou lençol.


É importante respirar o vapor mais profundamente possível durante 10 minutos.






O ALECRIM


Nomes Científicos:


Rosmarinus officinalis
Sin.: Rosmarinus latifolius Miller., Rosmarinus chilensis Molina




Nomes Populares :
alecrim-de-cheiro, alecrim-de-jardim, rosmarinho


Família :
Angiospermae - Família Lamiaceae


Origem:
Originária da zona do Mediterrâneo, Europa.


Descrição:
Planta perene sempre verde, de caráter subarbustivo lenhoso, bastante ramificado, que pode atingir até 2,50 de altura conforme a região de cultivo.
Os ramos flexíveis são de coloração acastanhada mais lenhosos entre as gemas.
Suas folhas são simples,sem pecíolo, opostas, lineares, de consistência coriácea, verde mais claro na página inferior e muito aromáticas.


As flores são branco-azuladas, muito pequenas e também perfumadas, reunidas em inflorescência do tipo racemo axilares ou terminais.


Toda a planta emite um perfume forte e característico, picante e amargo, lembrando a cânfora.
As flores atraem abelhas e o cultivo desta planta é recomendado para produtores de mel.


Cultivo:
Cultiva-se o alecrim em climas temperados, em solos de boa fertilidade, soltos, permeáveis e de pH neutro.


Como é uma planta que não necessita de muita água, pode ser cultivada em regiões mais áridas e em locais pedregosos.
Pode ser usada no paisagismo com sucesso para compor jardins do tipo xerófitos, em bordas de barrancos como pendentes e em grandes vasos, sempre ao sol.


Para canteiros ou vasos, prepara-se o solo adicionando composto orgânico de folhas ou húmus de minhoca, areia de construção e adubo animal curtido, misturando bem. Plantar as mudas, tutorando com estacas de bambu.


Regas regulares até observar que as mudas estão se desenvolvendo, depois espaçar para não encharcar o substrato.
Para os vasos, garantir a drenagem com pedrinhas ou manta, areia úmida e o substrato,colocando o torrão e completar com mais terra,apertando de leve para fixação da muda.


Para fazer a propagação basta colher estacas de ramos e enterrar em areia úmida até enraizar para depois levar para o vaso ou canteiro preparado.
Não esquecer de cobrir as estacas com plástico para manter a umidade.
A melhor época para realizar esta tarefa é do outono até a primavera.


Colher os ramos e secá-los para depois armazenar em vidros tampados para não perderem o perfume.  


Uso culinário e medicinal:
O alecrim é cultivado desde sempre pela humanidade.
Suas folhas in natura ou secas são utilizadas para pratos de carnes e molhos, na cozinha do mundo inteiro.
Combinados com outras plantas servem para temperos compostos apreciados por todos.


Têm propriedades estimulante e anti-séptica, seu óleo essencial é obtido das folhas e serve para tratamento de fígado, linimentos, confecção de sabonetes, perfumes, colônias e para aromaterapia.


Para picadas de insetos basta passar folhas de alecrim esmagadas e para dores de gargante, chá de alecrim com pedacinhos de gengibre melhora a inflamação e o ardor nas gripes e resfriados.


2- ADIVINHAS

Qual é o cúmulo da paciência? Resposta:ver uma corrida de lesmas em câmara lenta?


Porque o cachorro entrou na igreja? Resposta: Porque a porta estava aberta.


O que é o que é que nasce a socos e morre a facadas? Resposta:Pão.


Qual é o cúmulo do absurdo? Resposta: um mudo falar para um surdo que o cego viu um aleijado na árvore.


Quando o cachorro fica desconfiado? Resposta: Quando fica com a pulga atrás da orelha.


O que é que há no meio do coração? Resposta: A letra a.


Quem inventou a fila? Resposta: As formigas.


O que é o que é na televisão cobre um país, no futebol, atrai a bola, em casa incentiva o lazer? Resposta: A rede.


O que é o que é mantem sempre o mesmo tamanho, não importa o peso? Resposta: A balança.


Qual é a diferença entre uma confeitaria e um leque furado? Resposta: Na confeitaria há bananada e um leque furado não abana nada.




3- PROVÉRBIOS


A morte não espera;


A noite é como boa conselheira;


A justiça tarda mais não falha;


A lua não fica cheia em um dia;


A corda sempre arrebenta pelo lado mais fraco;


As águas passadas não movem moinhos.


A ocasião faz o ladrão;


A voz do povo é a voz de Deus;


O povo aumenta mais não inventa;


A necessidade faz a lei.






4- FRASES DE PÁRA-CHOQUE


A cada curva que faço aumenta minha saudade;


A calúnia é com carvão, quando não queima, suja;


Adão foi feliz por não ter sogra e morar no paraíso;


A felicidade não é um destino onde chegamos, mas sim, uma maneira de viajar;e


A fé remove montanhas, mas eu prefiro dinamite;


A fome é o melhor tempero;


A fortuna faz amigos. A desgraça prova se eles existem de fato;


A luz dos teus olhos ilumina o meu caminho;


Amo a vida por que na vida alguém me ama;


A gente se encontra um dia. Quando eu voltar.




5- ARTESANATO


O artesanato é uma manifestação popular, onde há a criação de objetos, utilitários e manual, feitos um a um, sem o auxílio de máquinas ou equipamentos motorizados.


As formas de artesanato se repetem, pois a técnica é passada de pai para filho, de geração em geração. Essas pouco a pouco são absorvidas pelo povo e se espalhando por todas as partes do país principalmente nas áreas pobres e abundantes em matéria-prima.


O artesão traduz em sua arte, as vezes com uma espontaneidade ingênua, mas rica e vibrante, suas crenças e tradições, expressando de forma marcante a criatividade e a ousadia da arte popular de sua região.


6- FESTAS POPULARES E RELIGIOSAS


As festas populares e religiosas exprimem cultura e tradição dos povos, tanto pelas cerimônias festivas, quanto pelos rituais religiosos. Essas celebrações reafirmam laços sociais e raízes que aproximam os homens.


Movimentam e resgatam lembranças e emoções têm como características semelhantes mesmo com enfoques diferenciados, como as manifestações do canto , da dança, da música a principalmente, e o espírito de trocar a fortificação, tão bem expressos nos ditos populares e religiosos traduzem a cultura popular, a imagem do povo tudo, que vem dele e de sua alma.


7- PARLENDAS FOLCLÓRICAS


Lá em cima do piano Hoje é domingo


Tem um copo de veneno Pé de cachimbo


Quem bebeu morreu O cachimbo é de ouro


O azar foi seu! Bate no touro


O touro é valente


Meio dia Bate na gente


Panela no fogo A gente é fraco


Fazendo careta Cai no buraco


Pra dona Sofia O buraco é fundo


Acabou-se o mundo.






8-FESTAS FOLCLÓRICAS


BUMBA MEU BOI


É o folguedo mais característico do Piauí, como de muitos estados brasileiros. Hermilo Borba Filho, quando cita Pereira da Costa, é de opinião que este folguedo surgiu da colonização das terras do Piauí em fins do séc XXIII, com as primeiras doações de sesmarias feitas pelo governador do Pernambuco . A origem do Bumba-meu-boi seria, portanto, pernambucana, baseando-se na antiga modinha que diz:


O meu boi morreu


Que será de mim


Mando buscar outro maninha


Lá no Piauí.


O certo é que nosso boi originou-se aqui mesmo no Nordeste, uma região colonizada através das fazendas de gado, onde o boi era o centro da sobrevivência local. E o Piauí o estado onde esse relacionamento tornou-se mais íntimo. Daí a brincadeira do “Boi” estar revestida de tanta popularidade, de tanta pompa e colorido. O boi, para nós, não é apenas um animal importante como outro qualquer, mas está revestido de uma profunda significação


mística.


O Bumba-meu-boi, antes de ser uma dança, é uma representação dramática, é uma farsa. Seu enredo apresenta conteúdo musical, rítmico, coreógrafo e indumentário constituindo a marco do encontro entre culturas diversas, que aqui entre nós e se adaptaram ante uma realidade ecológica-típica.






9- MÚSICAS FOLCLÓRICAS






Terezinha de Jesus


de uma queda foi ao chão


Acudiram três cavalheiros


Todos três chapéu na mão.






O primeiro foi seu pai


O segundo seu irmão


O terceiro foi aquele


Que a Tereza deu a mão.



Da laranja eu quero um gomo


Do limão quero um pedaço


Da menina mais bonita


Quero um beijo e um abraço.


10- LENDA FOLCLÓRICA PIAUIENSE


Era uma vez, como sempre se iniciam tais estórias. Era uma vez um rapaz da chamada Vila do Poti (hoje apenas bairro do Poti Velho) - aquela mesma vila que nascera antes de Teresina ao menos sonhar em ser gente em matéria de cidade. Era uma vez aquele rapaz que morava com sua mãe viúva e pobre de não ter de seu um couro para morrer em cima. Isto antes de Teresina sequer pensar em Conselheiro Saraiva que naqueles tempos ainda era menino praticando estripulias e travessuras na velha Bahia com h.


Quando certo e determinado dia, o dito rapaz foi pescar nas águas do Poti. Já estava com seu belo e bom pari preparado. Deixe que naquele dia foi dum azar sem nome. Por mais que forcejasse, não conseguia pegar sequer uma por mais fosse pequena piaba.


Voltou à casa fulo de raiva e de fome - duas coisas que misturadas nunca que dão bom resultado, visto a segunda atiçar a primeira para qualquer ato desagradável. Chegou em casa e foi logo botando para cima uma briga tremenda com a velha sua mãe. Aconteceu que esta havia guardado para ele um prato de feijão com apenas de suporte um corredor de boi. Além do mais, o dito corredor limpo como Deus quer as almas. Não tinha de carne um naco. Então, passou ele a espancar a pobre coitada velha, batendo-lhe o corredor na cabeça. Depois, emborcou o corredor sobre o prato e, ao invés de tutano, escorreu mais foi aquele sangue grosso e vivo.


Aí a velha, tonta e cambaleando de tão desadorada dor, saiu do terreiro, ajoelhou-se na areia quente e, de mãos postas, passou a amaldiçoar o filho. E as pregas pegaram, mesmo porque era meio-dia em ponto, hora em que os anjos estão cantando salmos e dizendo amém lá no patamar brilhoso do terreiro do Céu.


Pois ela dissera que ele havia de se transformar num mostro; que ficaria penando para todo o sempre, eternamente, da terra para as águas.


De repente, num átimo, o rapaz enlouqueceu. Perdeu a bola por completo. Ficou mais foi mesmo doido varrido. Aí correu sem sentido e gritando que era um infeliz e amaldiçoado. E atirou-se às águas do Parnaíba. Morreu afogado. E o interessante de tudo foi que ninguém conseguiu encontrar seu cadáver. Na mesma hora, a velha também se fora para o outro lado da vida, que aquelas pancadas sem temo do corredor não eram para menos. Deu uma sapituca, esticou as canelas, olhou para o dedo-grande do pé e fez a viagem-sem-frito. Morreu.


Passa os seis meses de enchentes nas águas, matando gente afogada, tanto virando vapores, balsas, canoas e outras embarcações, como de qualquer maneira. Acredita-se que, por esta temporada, a gente chegando na beira do rio, às horas-mortas da noite e três vezes gritando: ô,ô,ô,... Cabeça-de-Cuia!!! ele aparece. Mas diz que vem com mil e uma marmotas de assombrações. Aliás, vem calmo, julgando ser sua genitora que o chama. Quando observa que não é a velha, pratica as mais horripilantes fantasias. Aquilo ele vem só mesmo por saber que a alma da velha também vive penando no mundo e só se salva quando ele deixar de penar. Mesmo assim, quer ver sua pobre mãe sofrendo por sua causa. É que mãe, para melhor definição, só se pode mesmo dizer que é mãe.


Os outros seis meses ele passa em terra, também praticando fantasias.


Pois é assim. E tem mais: o Cabeça-de-Cuia só deixará de penar no mundo quando devorar sete mulheres virgens de nome Maria. E diz que até o presente não conseguiu consumir uma sequer.


Cabeça-de-Cuia
Letra e música: Pedro Silva


Remeiro valente do rio Parnaíba
Que rema a canoa pra baixo e pra riba
Que brinca com a morte e tem pouca sorte
Desprezando a vida contente a lidar


Remeiro valente lá do meu sertão
Que afronta a torrente e sorri do trovão
Que rompe o balseiro no mês de janeiro
Nas grandes enchentes que descem pro mar


Já viste o cabeça-se-cuia apontar
No meio do rio e depois afundar?
É o filho maldito por pragas aflito
Castigo tremendo que a lenda sagrou


Se vires um dia a cujuba surgir
No meu do rio e depois imergir
Não é ilusão, é assombração
A alma maldita, Crispim pescador




Era a mais bela jovem da tribo dos Acaraós que habitavam as margens do rio Paraim. Por ter sido escolhida dos deuses, Miridam nunca poderia se casar. Somente o velho pajé Piauiguara sabia que, se Miridam conhecesse o amor ela teria um membira (filho na língua Tupi) que não poderia sobreviver. Como sua mãe não resolvia dar-lhe em casamento a nenhum jovem do lugar, ala manteve um amor proibido, às escondidas da todos. Não sabendo como esconder o filho desse amor e com medo de que o mesmo fosse sacrificado, colocou-o num tacho e soltou a pobre criança nas águas do rio Paraim. A natureza se revoltou, o céu ficou escuro e fez descer um corpo estranho que penetrou na terra e abriu uma enorme fenda, por onde jorrou muita água, e que se transformou num imenso lago. É hoje a chamada lagoa de Parnaguá, localizada no sul do Piauí.


A mãe-d'água recolheu e criou a criança e jogou uma maldição na desditosa mãe. Dizem que ainda hoje o filho da mãe-d'água aparece na superfície da lagoa. Ninguém conseguiu até agora desencantá-lo e ele continua aparecendo, já velho, da barbas brancas à luz do luar, ou douradas do entardecer. Dizem, também, que ele aparece como criança nas primeiras horas da manhã. À tarde se torna adulto e à noite é um velho da barbas brancas. Como não diz uma palavra, conta a lenda que quando falar, será o enviado de Tupã para prever o fim do mundo.


Existe, ainda, uma variante desta lenda com o nome da Barba-Ruiva.






Miridam
Letra e música: Enes Gomes


Miridam, doidinha pra namorar
Eu vou contar pra tua mãe
Que tu já queres casar


Tão bela, tão mulher, menina, flor do mato
eu jeito encantador, estás querendo amor
Tu és a mais bonita da tribo Acaraó
Tua mãe não vai deixar ninguém te namorar


Encontrou, um certo dia, um amor
Escondido, proibido, que ninguém pode saber
Pra esconder o fruto desse amor
Pegou a criança e jogou nas águas do Paraim


O inocente também tem o seu direito
E até a natureza veio se manifestar
De repente o rio se transforma em lago
Lá no sul do Piauí, lagoa de Parnaguá


O filho de Miridam se é gente eu não sei não
No coração tanta mágua, virou filho de Mãe-d'Água
Dizem que é assombração
Ui, ui, ui eu não sei não


Dizem que ele aparece, de manhã é uma criança
É barba ruiva à tarde e nas noites de luar
Pra quem quiser espiar é velho de barba branca
Ele pode te assombrar, ai,ai,ai vou me mandar.













Um comentário: